Mente Inconsciente

Escolhi inaugurar este espaço híbrido entre blogue e glossário com o conceito que inspirou o meu logotipo por ser ele/ela o foco do meu trabalho como coach: a mente inconsciente ou o inconsciente.
[ Antes de mais, perdoem-me a distinção em tratar-vos por 'tu', mas um blogue permite-se a dar o ar da sua graça em informalidade. ]

De acordo com o Dicionário infopédia da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico, Porto Editora, 2003-2017 (https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/inconsciente), a definição de inconsciente engloba:

adjetivo de 2 géneros
1.que não tem perceção do que se passa consigo e à sua volta
2.que revela falta de ponderação e irresponsabilidade
3.feito sem consciência
4.que não é racionalizado; involuntário
5.que não sabe o que faz
6.que não tem conhecimento de algo
nome masculino
1.PSICOLOGIA conjunto dos factos psíquicos que escapam totalmente à consciência
2.PSICANÁLISE conjunto de processos dinâmicos que atuam eficazmente na conduta, mas não atingem a consciência
nome de 2 géneros
pessoa que não considera as possíveis consequências dos seus atos antes de agir; irresponsável

Uau! Com uma definição destas não admira que a nossa mente inconsciente faça tão poucos amigos... uma infelicidade, digo-vos, mais para nós do que para "ela"! Deixem-me explicar-vos o porquê:

Quantos de nós conhecemos esta parte de nós? Quando me refiro a 'conhecer' não é no sentido leviano de ter conhecimento de, mas no sentido real e verdadeiro de a identificar em nós e viver conscientemente com ela.
Confuso? Acredito que sim.
Pois é, a verdade é que podemos ser conscientes da nossa inconsciência. Esta é o nosso componente mental que nos carateriza como indivíduos únicos, com vivências e histórias únicas e irreplicáveis. Não é por acaso que dizemos "tu não fazes ideia do que eu estou a sentir" quando passamos por um momento menos bom. A verdade é mesmo essa, é que ninguém mais sabe. Porque cada qual sente de acordo com os valores que tem, a importância que lhes dá e o historial da forma como processou todas as vivências ao longo da sua vida. Cada um de nós filtra toda a informação que extrai da vivência com o mundo externo de forma inteiramente personalizada. Bem vistas as coisas, é isso que faz de nós quem somos.
E de onde vêm esses valores? Como surgiram? Como funciona tudo isso?

Digam um animado "Olá!" à vossa mente inconsciente. Ela é a componente mais instintiva, crua e verdadeira do vosso ser. É ela que garante a integridade e manutenção do vosso corpo, que gere os vossos instintos, cria os vossos hábitos, domina as vossas emoções e organiza as vossas memórias. E como é óbvio, é com base nela que nós nos criamos todos os dias.
Está explicado porque é que, de acordo com o psicanalista Freud, o inconsciente é representado pelo iceberg - um pedaço de gelo que, por compensação isostática tem a maior parte do seu volume submerso, simbolizando a dominante influência subjacente que o inconsciente produz no indivíduo, apesar da sua componente consciente se expressar de forma visível e imponente acima da linha de água.

Sabem quando dizem "ups! não sei porque disse isto" ?
Sabem também quando dizem "eu sou assim desde sempre, não sei explicar" ?
Sabem ainda quando dizem "não me sinto bem por fazer isto, não sei o que se passa, não faz sentido" ?
Estão claramente a referir-se à vossa mente inconsciente. E também a revelar que não a conhecem, ou seja, que não a reconhecem e, como tal, é natural que muitas das ações que adotem no vosso dia a dia vos conduzam a momentos de insatisfação. Porque, o que fazem, dizem, pensam, sentem, não está alinhado com o que são e desejam no vosso íntimo.

Agora imaginem que podem conhecer a vossa mente inconsciente. Saber os seus detalhes. Os seus desejos e ambições. As suas fases solares e as suas fases lunares. Que podem e sabem comunicar com ela... e assim, saber quem são.
É tão bom quando sabemos quem somos, não é? Dá-nos o poder da escolha. Podemos imaginar ser quem quisermos e gerir essa informação para nos potenciar, criar a nossa melhor versão, alinhada com quem realmente somos e, acima de tudo, com o nosso propósito de vida.

Agora pergunto-te: vais decidir conhecer a tua mente inconsciente hoje, ou deixar para amanhã?